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Apoiemos nossa cabeça sobre o coração de Deus Pai

  • 12-Jun-2021 09:42 • Lelis Martins

Deus é amor, ama-nos com um amor de misericórdia, chamado ágape. O amor de Deus precede-nos, procura-nos, vem ao nosso encontro. Ele ama-nos primeiro. De que serve esgotar-se no desejo de encontrar a Deus, quando é ele quem consegue atingir-nos, quem espera que nos deixemos tocar? É sempre ele a tomar a iniciativa.
Deus tenta sempre encontrar, conhecer e amar cada pessoa. A pessoa precisa deixar-se encontrar, ser amada e ser conhecida por Deus.
Cada um é criado e amado como se fosse o único. Eis uma lei fundamental da vida. Cada um é ele mesmo, possui sua identidade, completamente pessoal, sua própria missão e direcionamento.
A diferenciação, a singularidade dos seres humanos é um princípio essencial, pois fundamenta nossa relação com Deus, bem como nossa identidade, nosso futuro.
É o nosso ponto de partida, nossa âncora, nosso consolo, a nossa segurança essencial.
Cada um de nós é acolhido por Deus como bem-amado; é chamado seu filho, conhecido pelo nome, gravado sobre a palma de suas mãos. Cada um é precioso a seus olhos, sem exceção.
Esse amor é dado por inteiro, sem comparação, nem mérito, nem preferência.
Quaisquer que sejam nossa condição, nosso passado, nossa forma de enfermidade ou de morte, o amor está lá, à nossa espera, sem ruptura, sem interrupção nem abandono, acolhendo nossas fragilidades, nossa vulnerabilidade, nossas dores, nossas quedas com ternura.
Podemos abrir a esse amor a totalidade de nossa história, sem receio de julgamento, de rejeição, de condenação.
Somos encontrados, contemplados, escutados, no âmago de nosso desânimo, como o enfermo de Betesda que Jesus cura em meio à multidão (Jo 5,6).
Choremos, repousemos, apoiemos nossa cabeça sobre o coração do Pai; deixemo-lo colocar suas duas mãos sobre nossos ombros; vivamos essa experiência surpreendente do filho da parábola (Lc 15,20-24).
A porta nunca está fechada para retornarmos ao Pai, mesmo se estamos sujos, confusos ou esgotados.
O Pai vigia à espera de nosso retorno, corre ao nosso encontro, toma-nos em seus braços e celebra uma festa;pois é grande a alegria, mesmo por um único filho que volte (Lc 15,32).
Permitir o encontro, deixar-se tocar, restaurar por esse amor é o primeiro passo, a primeira descoberta fundamental. (José Pereira da Silva)





  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA

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