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PARA DESOPILAR!

Falando Sério

Sexta passada cheguei no Fritz depois de enfrentar uma chuva daquela que em Joinville é chamada de “molhar o bobo”, é tão fina que nem se enxerga. Estava um friozinho que anunciou o outono, uma veiz!
A conversa estava animada e, apesar do frio, já havia uma pequena fila de ampolas de Heinecken que haviam cumprido com a missão de espantar o vírus e aguardavam seu retorno ao depósito para serem trocadas por novas “irmãzinhas” cheinhas.
O mote daquela tarde era para desopilar o fígado, fugir da quarentena e ainda mais que com a baixa temperatura os “schnaps” eram os legítimos companheiros das Heinecken; era um gole para manter a temperatura do corpo e a alegria da alma.
Depois da algazarra de costume quando da chegada de alguém, entrosei-me na conversa e o Abelardo começou a contar a história de um amigo seu, lá de Florianópolis que resolveu marcar férias agora para o outono, aproveitando a baixa temporada quando as despesas são menores, os dias são mais frescos e as noites mais agradáveis, principalmente para as pessoas com uma quilometragem já um tanto elevada, excelente para o repouso do guerreiro.
Ulisses, o amigo do Abelardo, que estava em viagem de negócios, planejou encontrar sua mulher em Cabo Frio, numa pousada que tinha sido indicada por um amigo e tinha ótima referência pela localização paradisíaca, e pelo excelente serviço que prestavam. Pretendia, realmente, passar uma semana de férias com a “patroa” carregando as baterias para aguentar até o final do ano.
Quando chegou ao hotel, resolveu mandar um e-mail para sua mulher que ainda estava em Florianópolis.
Como não achou o papelzinho em que tinha anotado o endereço do e-mail dela, que havia sido trocado recentemente por motivos de segurança, tirou da memória o que lembrava e torceu para que estivesse certo.
Infelizmente ele errou uma letra, e a mensagem foi parar no e-mail de uma senhora que morava na mesma rua que ele e, cujo marido havia morrido há dois dias.
Quando ela foi checar os seus e-mails, que estavam entupidos de votos de pesar de amigos distantes, deu uma olhada no monitor, embranqueceu, soltou um grito de profundo horror e caiu dura e morta no chão.
Ao ouvir o grito, seus filhos correram para o escritório da casa e depararam com a seguinte mensagem na tela do monitor: “Querida esposa, já estou com saudade! Acabei de chegar. Foi uma longa viagem. Apesar de só estar aqui há poucas horas, já estou gostando muito. Falei com o pessoal daqui e está tudo preparado para sua chegada depois de amanhã. Tenho certeza que você também vai gostar... Beijos de seu eterno e amoroso maridinho”.
P.S.: “Está fazendo um calor infernal aqui...”
(Comemoração com muito riso e uma nova rodada de ampolas).
Aí o Fritz resolveu contar uma de português que tinha ido para o Japão. Você já imaginou um alemão contando piada de português. Foi mais ou menos assim.
Uma português foi prro Chapón e comprou uma parr de óculas cheia de tecnologia que mostrava todas os mulheres peladas! Manuel coloca os óculas e começa a ferr todas os mulheres peladas, ele se encanta... ah! ah! ah!
Põe os óculas... peladas! Tirra os óculas... festidas! Que marravilha! Aí Chesus! E assim foi a Manuel parra Portugal, louco parra mostrar o nofidade parra o mulher dele. Na avión se sente o máximo fendoos aeromoças todas peladas.
Quando chega em casa, coloca os óculas parra pegar Marria pelada, ah!...ah!...ah!
Abrre o porta e fê Marria e o compoadrre Choaquim na sofá pelados. Tirra os óculas... pelados! Põe os óculas... pelados! Tirra... pelados!...Põe... Pelados! E então diz o Manuel, uma feiz, carramba! Essa merrda chá quebrou, uma veiz! Ah!...Ah!...Ah!
(E a rodada depois desta foi completa, Heinecken e “schnaps” pra todo mundo acompanhado de chucrute garni, winawurst e eisbein grelhado).
E viva a quarentena!

Joinville, 02 de maio de 2021.
Henrique Chiste Neto







  • Fontes: HENRIQUE CHISTE NETO

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