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Insensibilidade: recuperar a ética da atenção e do cuidado.

A nossa sociedade de tantos avanços tecnológicos e da ampliação do bem estar também gerou insensibilidade.
É fundamental ter sensibilidade às dores e aos tantos sofrimentos que acometem a pessoa humana. Ancorada no egoísmo a insensibilidade atinge a área moral. A insensibilidade geralmente leva ao comodismo e ao isolamento. As pessoas se entregam a uma vida individualista, em que cada pessoa vive para si. Não se importam com os problemas dos outros.
A insensibilidade cria lentamente um ambiente artificial na qual a convivência se torna impraticável. Não podemos esquecer que a pessoa se desenvolve com os outros. Vai se criando uma felicidade imaginária. Criam-se artifícios para preencher as horas de tédio. O que desejam essas pessoas?
Ligado a insensibilidade está o imediatismo, vive-se no imediato, fecha-se na vida dos sentidos. Insensíveis ao sofrimento alheio. Somos nós que com nossas opções vamos construindo a nossa felicidade ou infelicidade.
A insensibilidade torna a pessoa o centro de seu mundo. É preciso uma vida responsável. A insensibilidade leva a indiferença. Cada pessoa tem uma dignidade que deve ser reconhecida e valorizada. É preciso ver e escutar o outro. É um desafio vencer a insensibilidade pessoal e social.
O filósofo francês Emmanuel Mounier (1905-1950) falava de uma sociedade que vive o “pronome possessivo”. Que coloca o ter antes do ser, que coloca o bem-estar individual como fim em si mesmo. O desafio é descobrir a pessoa e a comunhão, numa sociedade muitas vezes insensível.
As pessoas fecham seu coração! Vivem na inconsciência! Qual é o valor da pessoa na sociedade e cultura atuais? Muitas pessoas não estão sendo capazes de discernir os valores permanentes. É preciso sempre destacar o valor inalienável da pessoa humana.
Na formação e na integração do dentro e do fora de nós mesmos é uma tarefa fundamental na constituição de nosso eu e da relação de alteridade.
Quais são os nossos desejos, sentimentos e propósitos no crescimento e na busca de uma vida feliz?
A sociedade muitas vezes anestesia a sensibilidade humana e esvazia o sentido da vida. É preciso escutar as fragilidades da vida, que estão no silêncio da interioridade, para que sejam escutadas é preciso atenção e sensibilidade.
Recuperar o significado da sensibilidade humana, a sua complexidade e suas mudanças, é um dever moral. Sensibilidade para com as feridas da alma das pessoas. O que exige descermos as profundidades do nosso eu. Ter sensibilidade humana é reencontrar e abrir horizontes de sentido. A sensibilidade é desejo de escuta, de serviço a si e aos outros.
A sensibilidade tem que ajudar a pessoa tirar para fora a verdade de si mesma, de fazê-la tornar-se ela própria. Cada pessoa tem fendas interiores que é preciso ter sensibilidade para compreender. Ter uma escuta sensível e acolhedora, ir além do imediato. Essa sensibilidade está relacionada a interioridade humana. A verdadeira sensibilidade supera as ilusões. É necessário ampliar os horizontes da sensibilidade que leve ao contato com os dramas humanos. Sensibilidade para enfrentar as realidades desafiadoras. Sensibilidade que diz também sobre qual é o nosso olhar sobre nossa realidade e nos posicionamos no mundo. Como percebemos nossas experiências internas e externas.
A sensibilidade deve ser um caminho de conhecimento de si, que nos permite descer a parte mais oculta de nós mesmos. Encontro com tudo que nos habita. É percorrer um sério trabalho sobre nós mesmos. Se permitir perguntas sobre si mesmo. A sensibilidade de trazer à luz feridas, dramas e também tudo que de positivo trazemos em nosso interior. Sensibilidade de conhecer e sustentar nosso mundo interior, nosso abismo interior.
03.10.2025 Prof. Dr. José Pereira da Silva







  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA

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