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Vida interior e espiritual: itinerário para todos

Cada ser humano é animado por uma dimensão que transcende o corpo e a psique,por aquela alma ou espírito que lhe permitem transcender-se. Esta abertura é desejo, busca, impulso que se manifesta em todas as espiritualidades, religiões ou humanismos, como tensão para a beleza, o bem a felicidade, a verdade.
A vida interior é uma maneira de se ser humano, não é monopólio de nenhuma religião. Empreendera viagem da sua vida interior significa procurar responder às perguntas respeitantes ao sentido da vida.
Porque em cada vida há um início e um fim,a morte, e o horizonte da morte, e o horizonte da morte deve estar presente, para que não se viva de ilusões, de irrealidades ou de eternidade; além disso, o horizonte a morte induz-nos a uma interpretação que pode não diminuir a confiança na vida, o amor que habita cada ser humano.
No entanto, hoje eliminamos a morte, somos incapazes de refletir sobre a morte; no máximo, pensamos na morte apenas como algo que diz respeito aos outros.
Não só a morte, mas também o outro, os outros, são uma presença que para nós é limite, mas também possibilidade, dom, mas também responsabilidade.
A alteridade está diante de nós, escapa-nos, frustra o nosso desejo, e no entanto impõe-se, e não poderemos ignorá-la. É por isso que é importante na vida espiritual sermos honestos com a realidade, lê-la bem e não eliminá-la,sermos fiéis à realidade, sobretudo a este mundo a que viemos, em que vivemos e o qual deixaremos, compreender cada vez mais a realidade.
A vida espiritual é caminho de humanização para viver neste mundo, numa comunidade cada vez mais humanizada. Humanizar as pessoas.
É preciso, por isso, aderir à realidade, fugindo da imaginação, que é húmus de idolatria, substituição da realidade pela imagem; é preciso aceitar-se a si próprio com as obscuridades específicas, os limites particulares, as deficiências singulares que nos habitam; é precisa uma forte vontade de preparar tudo, a fim de que seja possível a interiorização que se opõe à vida exterior, dissipada, superficial, desordenada e confusa até ao não sentido.
Cada pessoa encontrará os obstáculos a este caminho, hoje como ontem, e nenhuma época é mais propícia do que as outras para a vida espiritual, porque a remoção da interioridade é sempre possível para crentes e não crentes.
O narcisismo como expressão paradoxal do “eu”, efervescência do emocional que tende a não ter em conta a racionalidade; o individualismo como comportamento social que não permite a busca de sentido e ofusca a evidência dos laços: estes e outros riscos estão sempre à espreita na sociedade e na vida de cada ser humano.
11.09.2021 Prof. Dr. José Pereira da Silva







  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA