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FILOSOFIA DO SILÊNCIO

+FILOSOFIA DO SILÊNCIO
O “conhece a ti mesmo” de Sócrates nos remete ao poder do silêncio. Esse foi o ensinamento que nos legou o grande filósofo grego. Um provérbio chinês ensina que “a palavra é de prata e o silêncio é de ouro”. Os filósofos e os monges do deserto valorizam o silêncio em todas as dimensões da vida humana. Devemos ter um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta e só então tomar uma decisão. O silêncio ensina a desenvolver a confiança em si mesmo e a Sabedoria. Se realmente há algo que não sabe, ou para que não tenha resposta, aceite o fato.
Na obra “Confissões” livro nono, Santo Agostinho reporta uma conversa com a mãe, Santa Mônica, uma cena muito bonita: ele e sua mãe estão em Ostia, próxima a Roma, em um hotel, e da janela veem o céu e o mar. Transcendem céu e mar, e por um momento tocam o coração de Deus no silêncio das criaturas. E aqui surge uma ideia fundamental no caminho para a Verdade: as criaturas devem silenciar, deve prevalecer o silêncio, em que Deus pode falar. Isso é verdade ainda mais em nosso tempo: há uma espécie de medo do silêncio, do recolhimento, do pensar as próprias ações, do sentid o profundo da própria vida.
No diálogo, encontramos vários tipos de interlocutores, como podemos destacar:
O interlocutor vaidoso é aquele que tem excesso de ego e mostra ar de superioridade durante uma conversa. Gosta de receber admiração do próximo.
O interlocutor solitário é aquele que desfruta mais dos momentos de solidão do que com outras pessoas
O interlocutor sociável é aquele que é a alma da festa, costuma ser o centro das atenções graças ao seu carisma, simpatia e naturalidade.
O interlocutor otimista é aquele que sempre observa o copo “meio cheio” e foca sua atenção para o lado bom da vida.
Ao contrário, existe o interlocutor pessimista, aquele que tende a queixar-se de tudo com frequência por causa dos próprios erros. Parece importante desligar o celular durante uma conversa. Isso evitaria certas interrupções. O silêncio é necessário nas interlocuções.
O ambiente em que vivemos é constituído por ruído físico, a poluição sonora, excesso de palavras, mensagens e informações, tira-nos a tranquilidade e o silêncio de que gostaríamos de usufruir. O silêncio é divino. Só nele encontramos o conhecimento de nós mesmos e de Deus.
(Francisco Assis M. Fernandes)









  • Fontes: FRANCISCO ASSIS MARTINS FERNANDES

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