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Estudante que descobriu asteroide antes da NASA

Aos 17 anos, a estudante Micaele Gomes fez uma grande descoberta: identificou, sem sair de casa, um asteroide para a NASA enquanto participava do projeto de ciência cidadã "Caça Asteroides", promovido pelo IASC (International Astronomic Search Collaboration), parte da agência espacial norte-americana. Em função do excepcional empenho, o Poliedro Colégio concedeu uma bolsa para a estudante concluir o Ensino Médio e continuar se preparando para o seu sonho de ser pesquisadora na área de Astrofísica.
Nascida em Jaboatão dos Guararapes e criada no Cabo de Santo Agostinho, pequenas cidades do interior de Pernambuco, Micaele se mudou para São José dos Campos em 2017 e chegou a fazer alguns trabalhos como atriz em São Paulo para ajudar a família financeiramente. Depois de algum tempo, a estudante retornou para Pernambuco antes de tomar a decisão de voltar a morar definitivamente em São José dos Campos, onde passou a estudar em uma escola estadual que proporcionou seu primeiro contato com a OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica), na qual conquistou a medalha de ouro.
A estudante conta que antes da OBA não conhecia muito sobre ciências ou entendia sobre o impacto das olimpíadas na formação de um aluno. "A OBA foi uma grande oportunidade para mudar completamente a rota da minha vida. A partir dela, participei de um evento chamado Jornada Espacial, que me permitiu entender como funciona a ciência aeroespacial no Brasil. Então, a partir da prática, comecei a me interessar cada vez mais pela área. Me impressiono com o impacto que ela pode gerar não só na vida das pessoas, mas no mundo. Agora, muitos sonhos, antes distantes, começam a se aproximar da minha realidade".
Micaele relata que conheceu o projeto Caça Asteroides, do IASC, acompanhando o Instagram do Observatório da Unesp. Mesmo tendo realizado a iniciativa de maneira remota, por conta da pandemia, conta que a experiência foi transformadora e única do ponto de vista do aprendizado e de colaboração. "Eu e meus colegas recebemos um treinamento teórico on-line e, durante alguns meses, aplicamos nosso conhecimento trabalhando com imagens de testes. Devido à quarentena e às diferentes localizações dos participantes do grupo, foi tudo feito de forma remota, o que não interferiu em nada na experiência positiva. O fato de ser digital me possibilitou ter mais tempo para me dedicar às análises e de estar presente em todos os encontros", conta.
Agora, a estudante tem ainda mais certeza de seus sonhos: trazer novos tipos de conhecimento para a Ciência. "Tenho como metas terminar minha pesquisa em Astrobiologia e publicar o meu artigo. Além disso, espero continuar incentivando mais mulheres a ingressarem na área através das aulas de Astronomia que dou. Quanto à faculdade, ainda estou no processo de autoconhecimento, mas tenho um grande desejo de seguir na pesquisa científica para contribuir com a sociedade por meio de inovações relevantes, sempre usando os meus conhecimentos para impactar a vida das pessoas através da ciência e da educação", afirma.
O Poliedro Colégio concedeu uma bolsa integral para oferecer todo o suporte possível para que a aluna alcance seus objetivos.
FOTO - ILUSTRATIVA






  • Fontes: MARCELA MOTTA

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