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O LARGO DA FORCA....

O patíbulo foi armado em frente ao Santuário de Santa Terezinha pelo carpinteiro José Henrique, o popular "Maneta", muito habilidoso em sua arte, apesar do defeito que tinha em uma das mãos.
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Queira sentar-se que lá vem história.
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Um quadrado de madeira lavrada, uma escada com poucos degraus, sustentando o tablado, com cerca de um metro de altura por grossos troncos de madeira roliça de peroba.
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Ali foi enforcado um certo "Felicinho", assim conhecido Feliciano Ribeiro de Andrade, que assassinou sua esposa na Freguesia de Caçapava com facadas.
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O cortejo saiu pelas ruas centrais de Taubaté tendo à frente o condenado, ladeado pelo confessor e pelo carrasco.
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A seguir vinha uma banda marcial com seus tambores e clarins, seguida por um piquete de soldados.
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Mais atrás, como não poderia deixar de ser, vinha o Zé Povinho contrito. Todos de cabeça baixa.
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Quando cessou o toque da banda ouvia-se até o zumbido das abelhas, um silêncio de gelar o sangue.
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As casas por onde passava o cortejo na Rua do Sacramento cerravam portas e janelas, apenas com frestas onde se alojavam as comadres que sabiam até a hora que o sapo costumava atravessar a rua.
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Naquele triste domingo foi executado Felicianinho, cujo registro oficial do acontecimento assim dizia:
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"...Foi executada a pena de morte de Feliciano Ribeiro de Andrade, réu processado pelo crime de assassinato por ele feito em sua mulher, assinado pelo sub-delegado da Freguesia de Caçapava, e sustentada por este Juízo a 17 de Julho de 1851 pelo juiz municipal, Francisco Honorato de Alarcão..."
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No local do patíbulo foi erguida uma Santa Cruz onde todas as segundas feiras acendem-se velas por intenção dos mortos.
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Uma cerca de ferro hoje está colocada em torno da Santa Cruz, onde as pessoas tem colocado agradecimentos à Santa Terezinha por graças alcançadas na festiva Praça de Santa Terezinha.
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Durante muito tempo não se falou em outra coisa nas terras que um dia pertenceram à Condessa de Vimieiro, desbravadas por um capitão do mato que tinha as iniciais de Jacques Félix.
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Fonte de Referência: O livro "Taubaté no Aflorar do Século" de autoria do Jornalista Oswaldo Barbosa Guisard, 1974, de minha Biblioteca particular.
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Isso posto.....que venham os tiroteios dos "professores de Deus", que tudo vêem e tudo sabem. Ô Raça !






  • Fontes: JOSÉ DINIZ JUNIOR

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