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ADELSON & LENI

  • 29-Dec-2020 10:40 • Lelis Martins
Como você não sabe, no Natal de 1980 o menino Adelson Santos Nogueira (foto) tinha 15 ano e pediu à sua mãe Leni uma Mobilete, veículo de duas rodas que os garotos da época adoravam.
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Queira sentar-se que lá vem história.
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Naquela manhã de Natal Adelson saiu de sua casa na Avenida Armando de Salles Oliveira, aquela que faz ligação entre a Praça Santa Terezinha e a Praça do Relógio, para mostrar a Mobilete aos amigos e as namoradinhas, sem imaginar como a sua vida iria mudar naquele passeio.
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Bem na esquina da Praça de Santa Terezinha um automóvel malvado lançou Adelson e sua Mobilete pelos ares, fugindo em seguida.
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O menino Adelson ficou jogado na praça. O motorista que o atropelou jamais apareceu.
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Adelson tentou levantar-se, mas as pernas não mais o obedeceram.
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Adelson tem uma mãe que se chama Leni, funcionária da Universidade de Taubaté, que também faz o papel de Anjo da vida dele.
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Leni então fez modificações na casa para deixar espaço para Adelson levar a vida dele de cadeirante. Banheiro, quarto, corredores, sala, tudo tinha que ser amplo para que o menino circulasse.
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Também comprou uma cadeira de rodas com comandos e até um elevador para ajudá-lo a entrar e sair do automóvel quando ela o tirava de casa para passear.
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Assim seguiu a vida por 40 anos. Neste Natal Adelson completou 55 anos. Perguntei à ele por D.Leni e fiquei mudo com a resposta.
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Um perigoso bandoleiro vindo das Arábias cujas iniciais são
Al-Zheimer, fez com que D.Leni não reconheça mais o seu filho Adelson, aquele mesmo que ela cuidou por toda uma vida.
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"Para minha mãe hoje eu sou apenas mais um estranho dentro da nossa casa"....me disse Adelson pilotando a sua cadeira de rodas.
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Apresentei-o à uma das minhas viúvas e pedi que as secretinas procurassem nos meus Archivos Implacáveis a foto que você está vendo para contar mais uma das histórias de Taubaté.
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Tem dias que a história é alegre...em outros dias também tem tristeza. "São demais os mistérios desta vida"....diz uma música.
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Isso posto.....





  • Fontes: JOSÉ DINIZ JUNIOR

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