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Coisa de doido

FALANDO SÉRIO

Esta estória eu contei há muitas luas passadas. Estava eu correspondendo com um amigo de Tremembé, via Internet, e ele me questionou sobre um artigo que eu tivera escrito. Após algumas dicas do assunto consegui desvendar do que se tratava. Como é uma trama que “pode acontecer” (será?), resolvi reeditar e colocar a “turma” para pensar e confirmar a possibilidade, ou não, de acontecer tal fato.
Caso é que há um enigma a ser entendido para se responder se houve prejuízo. E quem foi que arcou com as despesas correntes na inusitada situação.
Pensem. Vale uma viagem para a Venezuela quem acertar.

Hary Schmidt, decano da engenharia civil de Joinville, querendo conversar sobre náutica, dia desses resolveu pagar um jantar ao Pereira, para trocar umas idéias sobre o assunto tão bem dominado pelos dois. Passou pelo Restaurante do Fritz, falou com o “alemão”, acertou o preço e deixou um cheque, pagando o ágape por antecipação. “Eisbein com chucrute” seria o prato a degustar, acompanhado com algumas ampolas bem geladas.
O Fritz, de posse do cheque, no outro dia de manhã, aproveitou a passagem do caminhão da distribuidora de bebidas, fez estoque da “gostosíssima”, pagando com o cheque que recebeu do Hary.
Chegando ao escritório da distribuidora de bebidas, depois de efetuar as entregas, o motorista do caminhão passou o cheque para o Welter, na prestação de contas do dia.
O Welter tinha mandado fazer uns uniformes novos para os funcionários na Confecções Juíra, empresa do Walter Souza que, no dia seguinte, passou para efetuar a cobrança. O Welter, como bom negociante, separou uns cheques recebidos no dia anterior e quitou a dívida com o Walter; o cheque do Hary foi no meio. Já estava viajando.
O Walter que tinha mandado fazer uns impressos na gráfica do Laerte, que é seu vizinho, utilizou o cheque e pagou a conta.
O Laerte, por sua vez, precisava pagar o aluguel da sala onde está estabelecida a gráfica. Pegou o mesmo cheque emitido pelo Hary Schmidt originalmente, e pagou a Imobiliária Emegê, do Irineu Kienen.
Como o Irineu estava me devendo um saldo de honorários referente a um projeto que eu tinha efetuado a ele, e já fazia um tempinho, efetuou o pagamento com o cheque recebido pelo aluguel e liquidou a dívida. Ufa! Até que enfim eu recebera a conta atrasada do Irineu.
Eu, cliente assíduo do Fritz e que na semana anterior, tinha promovido um almoço familiar e devia a conta ao “alemão” (é comum a gente pendurar despesas no seu restaurante) deixei chegar o final da tarde e passei pelo restaurante. Bati um papo rápido com o Fritz e liquidei a “pindura” com o cheque do Hary Schmidt que recebi do Irineu Kienen. De quebra ainda tomei uma “gelada” patrocinada pelo “alemão”, comemorando o recebimento da dívida.
Vai daí, que o Pereira precisou viajar à Florianópolis e lá ficar por uns dias, tratando de uma herança que estava para receber. Comunicou isto ao Hary Schmidt, que tratou logo de suspender o tal do jantar.
Hary foi até o restaurante do Fritz e explicou o caso. O “alemão” não se fez de rogado. Abriu o caixa, tirou o cheque original do Hary, e devolveu-o liquidando o assunto !!! Afinal não haveria o jantar, por conseguinte, não haveria despesa.
Entenderam? Então me expliquem!!!


Joinville, 30 de dezembro de 2020.

(Henrique Chiste Neto)







  • Fontes: HENRIQUE CHISTE NETO

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