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Pessoa boa: dom precioso

Como escolher uma pessoa para partilhar a vida conosco? Esse partilhar num sentido amplo: seja na amizade ou vida afetiva. Se tivesse de escolher a mais essencial entre todas as qualidades que se deve procurar na pessoa com quem partilhar a vida, direi que a coisa, em absoluto, mais importante seria encontrar, se possível, uma pessoa boa. Não que sejam irrelevantes a beleza, a inteligência, o espírito empreendedor, a capacidade de ter sucesso; mas nenhuma destas qualidades, por si só, é a crucial na vida em comum.
Ao longo dos anos convenci-me de que para viver bem em conjunto e amar a cada dia como se fosse o primeiro, é preciso, sobretudo, aprender a tornar-se uma pessoa boa.
A bondade não está muito na moda , e talvez nunca tenha estado; com efeito, é percebida como uma característica dos perdedores e dos fracos, daqueles que estão bem com todos para não terem de tomar posição , ou de quem não é capaz de se pôr do seu próprio lado, de defender e afirmar os seus direitos.
A bondade parece, por isso, uma qualidade triste, reservada a quem não possui outros, e bem mais interessantes, recursos. Além disso, muitas vezes confundem-se bondade e excesso de bons sentimentos: uma espécie de indiferentismo superficial, complacente e enfadonho, que, seguramente, não pode fascinar ninguém.
Mas que quer dizer ser bom? Romano Guardini (1885-1968) surpreende-nos com esta fulgurante definição: “ Um homem bom é alguém que tem boa opinião da vida”. Ter uma boa opinião da vida não é uma coisa banal, porque a maior parte de nós considera muito natural falar mal da vida e ter dela uma má opinião.
A vida , de resto, está repleta de dificuldades: limites, desgraças, prepotências, injustiças estão na ordem do dia; as pessoas ferem-nos, as coisas resistem-nos, os contratempos irritam-nos. A coisa mais óbvia parece ser blindarmo-nos, adotando defesas que são frequentemente defesas preventivas, úteis para evitar ficar feridos.
A muitos, depois, a vida surge como uma promessa não mantida; passada a infância, sobretudo hoje tão amimada, e a adolescência, sobretudo hoje tão desresponsabilizada, a vida real com suas responsabilidades e os seus limites aparece-nos como desilusiva e injusta: quase sem nos darmos conta, assumimos , assim, uma atitude de crédito perene, que torna o coração duro e invejoso para quem nos parece mais favorito.
É precisamente aqui que entra em jogo a diferença de quem tem o coração bom: a pessoa boa,que consegue manter em todas as situações uma boa opinião da vida, é capaz de encontrar em cada circunstância o bem que é possível encontrar, sabe ler os dons, mesmo que pequenos, que cada dia traz consigo, sabe rejubilar com o bem dos outros, sabe apreciar cada rebento que vê nascer e encoraja-o a crescer.
A confiança que um coração bom tem para com a vida permite ao bem multiplicar-se, e e ao mal de permanecer confinado, sem se alastrar ou levar a melhor; permite ler as razões dos outros e assumir o seu ponto de vista, e, portanto, de tentar perdoar, ou, pelo menos, nunca alimentar o rancor.
O coração bom dispõe-nos de maneira fundamentalmente positiva diante de qualquer pessoa ou acontecimento, e, por isso, dispõe-nos a ser, na medida do possível, também felizes.
Ter próximo de nós uma pessoa boa é um dom precioso: não é difícil amar pessoas assim. Portanto, se desejamos ser amados, talvez a melhor coisa seja treinar o nosso coração a tornar-se bom; também o ser-se bom treina-se: dia após dia, procurando cuidadosamente o belo e o bem que, de alguma forma, passam junto de nós, predispondo o olhar para a parte positiva dos outros, aprendendo a mandar embora o fastídio dos pequenos e grandes contratempos sem deixar que nos estraguem o dia.
E cultivando também o nosso senso de humor, que nasce de um olhar bom sobre a fragilidade e estranheza do humano: como também as neurociências nos ensinam, uma gargalhada de coração dá ao nosso corpo e à nossa psique muitos mais benefícios do que tantos medicamentos.
( Prof. José Pereira da Silva)

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Juventino Rana: Eu posso! Pôde e fez o bem.

Faleceu depois de 90 dias internado,em 27 de julho, Juventino Rana, associado do Rotary Club Taubaté. Criador e diretor do Projeto Rumo, desenvolvido com jovens de escolas estaduais e municipais de Taubaté e Caçapava. Tinha grande amor pela juventude, mesmo com muitas limitações físicas devido a enfermidades estava dirigindo o projeto e se fazendo presente nos encontros do Projeto Rumo juntamente com seu braço direito Jonas. Sempre presente nas reuniões do Rotary Club Taubaté, manifestando um entusiasmo e um forte desejo de fazer o bem. Em seus encontros com jovens do Projeto Rumo seu lema era: “Eu posso”. Ele aplicava a si mesmo também o lema, pois apesar das seqüelas de sua enfermidade como por exemplo muita dificuldade de locomoção, estava disposto a levar avante o Projeto Rumo. Vivia na vida pessoal aquilo que era o lema do seu projeto.
Ingressou no Rotary Club Taubaté em 31 de julho de 2003 tendo como padrinho o Gov. Orville Kairalla Riemma. Formado em engenharia civil, trabalhou na Eletropaulo. Casado com a sra. Roseli , pai de dois filhos e avô de dois netos.
Presidente do Rotary Club Taubaté na gestão 2007-2008. Governador Assistente do Distrito 4600: 2009-2010, 2010-2011. Idealizador do Projeto Rumo e da Copa Rotary da solidariedade. Foi justamente com o Projeto Rumo que ficou muito conhecido. Projeto realizado nas escolas estaduais e municipais. É um projeto de orientação vocacional aplicado para alunos do 3 ano do ensino médio. São ministrados por pessoas das mais variadas áreas de atividades profissionais. Mereceu destaque na Revista Rotary Brasil, entre os melhores projetos rotarianos do Brasil.
O Co. Juventino Rana viveu concretamente o lema rotário: “ Dar de si antes de pensar em si”. Tavez se fosse escolher seu epitáfio seria: Eu posso! Pode e fez o bem. Agradecemos e ele todo o bem que praticou!
( Prof. José Pereira da Silva)








  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA

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