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ALCINO DE OLIVEIRA SANTOS

No dia a dia o saudoso Alcino era um "caixeiro viajante"...para usar um termo antigo.
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Queira sentar-se que lá vem história.
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Mas sua paixão mesmo era sua invejável coleção de discos da Música Popular Brasileira.
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Alcino morava na Rua do Colégio onde reservava um dos cômodos da casa para guardar sua coleção de discos, a grande maioria de 78 Rotações Por Minuto, discos de acetato com uma música de cada lado.
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Uma coleção que Alcino garimpava pelas cidades onde trabalhava como vendedor.
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Uma vez por semana ele escolhia alguns de seus discos para apresentar na Rádio Difusora Taubaté um programa noturno falando de nomes como Almirante, Pixinguinha, Noel Rosa, Chiquinha Gonzaga, Silvio Caldas, Chico Viola, Carlos Galhardo, cantores e compositores lendários de nossa música.
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A importância de seu acervo era tamanha, que as gravadoras e emissoras de televisão quando precisavam de uma gravação rara, vinham com os equipamentos na casa de alcino para gravar, pois ele simplesmente não emprestava os discos nem para o Papa.
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Um dia, há mais de 20 anos, Alcino teve que deixar seus discos para ir conversar com o Pai Celestial, como está escrito.
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Então começa a segunda parte da novela.
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Seu filho, Mário Macarrão, também na luta pela sobrevivência, não tinha tempo para cuidar do acervo do pai.
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Procurou setores culturais de Taubaté tentando negociar o valioso acervo.
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Mas não encontrou interesse.
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Restou-lhe dividir e vender os discos para duas instituições - uma paulistana e outra carioca - que tiraram de Taubaté uma maravilhosa história de nossa música popular.
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E segue o baile.






  • Fontes: JOSÉ DINIZ JUNIOR