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PREMIO NOBEL DA PAZ

  • 13-Apr-2020 15:11 • Lelis Martins
Em 1956 o Egito nacionalizou o Canal de Suez, única ligação entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho, principal escoadouro do petróleo entre os países árabes e a Europa.
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O que isso tem a ver com Taubaté? Senta que lá vem história.
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A Organização das Nações Unidas convocou nove países para formar a primeira Força de Paz na região. E os pracinhas do Exército Brasileiro foram convocados.
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Dentre eles - como não podeira deixar de ser - um taubateano.
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José Sebastião de Oliveira (foto) conhecido pelos anos seguintes simplesmente como "Cabo Jota".
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Submetidos a treinamento durante um mês no Regimento de Infantaria no Rio, a tropa embarcou em navio da Marinha Mercante numa viagem que durou 40 dias.
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Nos anos seguintes, para renovação da tropa - nossos pracinhas utilizariam os aviões da orça Aérea Brasileira.
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Conhecidos como os "Boinas Azuis", a tropa brasileira conviveu com uma população faminta e sedente, tendo muitas vezes que dividir o alimento da tropa com os locais.
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No período em que estiveram no Canal de Suez, os Boinas Azuis dormiam em barracas de lona, ouvindo as rasantes que os aviões israelenses davam sobre o Egito constantemente.
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De 1957 a 1967 a Missão formada por jovens na faixa de 20 anos, teve a responsabilidade de pacificar uma região importante, tomada por conflitos até os dias de hoje.
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No longo período na Faixa de Gaza, sete brasileiros perderam a vida. Seis deles em acidentes e um durante ataque entre árabes e israelenses.
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Cabo Jota me relatou com orgulho, ter servido em nome do Brasil, uma recordação que carregou por toda a vida, tendo emoldurado cuidadosamente o diploma e a Boina Azul com que cruzou os desertos do Oriente Médio.
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Embora não tivesse noção da importância daquela operação antes de embarcar. Saber que conseguiu ajudar a pacificação de uma região tão complicada.
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Duas décadas depois os integrantes do Batalhão de Suez ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1988, como integrantes da Força de Paz das Nações Unidas, dentre eles o nosso representante, o único taubateano a receber essa galhardia.
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Na volta de Suez, a grande maioria dos militares foi desligada do Exército.O Cabo Jota integrou-se à Polícia Militar do Estado de SP recebendo as insígnias de tenente.
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Há cerca de dois anos o único taubateano a receber um Prêmio Nobel, deixou este mundo.
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*Texto de meu último livro "Tribos de Taubaté", esgotado.





  • Fontes: JOSÉ DINIZ JUNIOR

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