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OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS

MAQUIAVEL ONTEM E HOJE
As concepções de Estado em Maquiavel fogem à ética política de todos os tempos. Ele percebe o Estado como poder central soberano que se exerce com exclusividade e plenitude sobre as questões internas externa de uma coletividade. Estado: está além do bem e do mal: o Estado é Estado: regulariza as relações entre os homens: utiliza-os nos que eles têm de bom e os contém no que eles têm de mal. Sua única finalidade é a sua própria grandeza e prosperidade Daí a ideia de "razão de Estado": existem motivos mais elevados que se sobrepõem a quaisquer outras considerações, inclusive à própria lei. Tanto na política interna quanto nas relações externas, o Estado é o fim: e os fins justificam os meios. A tirania é uma resposta prática a um problema prático"
Em “O Príncipe": não há considerações de direito, mas apenas de poder: são estratégias para lidar com criações de força. Para Maq uiavel & ldquo;a guerra é a verdadeira profissão de todo governante e odiá-la só traz desvantagens”.
Maquiavel nasceu em Florença, Itália, em 3 de maio de 1469 e morreu na mesma cidade, onde foi sepultado no dia 21 de junho de 1527. Ingressou para a política aos 29 anos de idade na função de Secretário da Segunda Chancelaria e pode, nesse meio tempo, tornar-se historiador, poeta, diplomata e músico do Renascimento. Em seu legado, é reconhecido como um dos criadores do pensamento moderno, pelo fato de haver versado sobre o Estado &nbs p;e o governo como realmente são e não como deveriam ser. Note que o que caracteriza esse republicanismo é a crença de que a liberdade individual não está separada da liberdade do Estado, de modo que a participação ativa dos cidadãos por meio de ações cívicas se torna um pré-requisito. Numa segunda camada discursiva, Maquiavel demonstra uma quebra diante da tradição no pensamento político, a qual é pouco compreendida até os dias contemporâneos, na medida em que, apesar de todas as críticas ao seu discurso, sua teoria revela o caráter conflitante da vida civil, marcada pelos contínuos confrontos das forças sociais.
Apesar da merecida revisão histórica de sua obra, ficou a conotação mais pessimista do adjetivo "maquiavélico", o qual passou a indicar esperteza e astúcia. Ora, o termo "maquiavélico" e "maquiavelismo" são adjetivos e substantivo que permeiam todos os discursos do debate político de um modo cotidiano e seu uso excede aquela esfera para habitar a dimensão das relações privadas. Em qualquer de suas definiç õ es, porém, o "maquiavelismo" está associado à ideia de deslealdade.
Todavia, os novos estudos daquela obra apontam para uma tensão entre a coisa privada e o interesse público, relação essa que merece ser reavaliada, na medida em que a moral maquiavélica comporta uma gama farta de valores que compreendem a experiência humana em sociedade, desde a ligação entre Estado e Religião, até as relações econômicas.
Em termos de contexto histórico, o autor estava entusiasmado com a união de Juliano de Médici e do Papa Leão X, com a qual notou a probabilidade de um príncipe unir a Itália e protegê-la contra os estrangeiros. Assim, a ética de Maquiavel percebe o fato de que a experiência humana comporta um conflito de valores e portanto, sua ordem política admite uma parte aleatória e despótica de crueldade e violência, como efeitos colaterais ou como um mal n ecessário.
Sem espanto, a aspiração do povo deve adquirir uma determinada positividade para que não sejam subjugadas pela cobiça dos grandes. Isso torna o próprio povo o guardião da liberdade e demanda seu empenho ativo nos afazeres cívicos, ou seja, seu registro no espaço público enquanto agente político. Note que neste ponto de vista, aquela aspiração é imaginada negativamente, posto que seja aquilo que há de mais comum na heterogeneidade de interesses pessoais dos cidadãos, a saber, não ser subjugado por outrem. O ponto alto de sua filosofia se resume no postulado: “os fins justificam os meios” MAQUIAVEL ONTEM E HOJE
As concepções de Estado em Maquiavel fogem à ética política de todos os tempos. Ele percebe o Estado como poder central soberano que se exerce com exclusividade e plenitude sobre as questões internas externa de uma coletividade. Estado: está além do bem e do mal: o Estado é Estado: regulariza as relações entre os homens: utiliza-os nos que eles têm de bom e os contém no que eles têm de mal. Sua única finalidade é a sua própria grandeza e prosperidade Daí a ideia de "razão de Estado": existem motivos mais elevados que se sobrepõem a quaisquer outras considerações, inclusive à própria lei. Tanto na política interna quanto nas relações externas, o Estado é o fim: e os fins justificam os meios. A tirania é uma resposta prática a um problema prático"
Em “O Príncipe": não há considerações de direito, mas apenas de poder: são estratégias para lidar com criações de força. Para Maq uiavel & ldquo;a guerra é a verdadeira profissão de todo governante e odiá-la só traz desvantagens”.
Maquiavel nasceu em Florença, Itália, em 3 de maio de 1469 e morreu na mesma cidade, onde foi sepultado no dia 21 de junho de 1527. Ingressou para a política aos 29 anos de idade na função de Secretário da Segunda Chancelaria e pode, nesse meio tempo, tornar-se historiador, poeta, diplomata e músico do Renascimento. Em seu legado, é reconhecido como um dos criadores do pensamento moderno, pelo fato de haver versado sobre o Estado &nbs p;e o governo como realmente são e não como deveriam ser. Note que o que caracteriza esse republicanismo é a crença de que a liberdade individual não está separada da liberdade do Estado, de modo que a participação ativa dos cidadãos por meio de ações cívicas se torna um pré-requisito. Numa segunda camada discursiva, Maquiavel demonstra uma quebra diante da tradição no pensamento político, a qual é pouco compreendida até os dias contemporâneos, na medida em que, apesar de todas as críticas ao seu discurso, sua teoria revela o caráter conflitante da vida civil, marcada pelos contínuos confrontos das forças sociais.
Apesar da merecida revisão histórica de sua obra, ficou a conotação mais pessimista do adjetivo "maquiavélico", o qual passou a indicar esperteza e astúcia. Ora, o termo "maquiavélico" e "maquiavelismo" são adjetivos e substantivo que permeiam todos os discursos do debate político de um modo cotidiano e seu uso excede aquela esfera para habitar a dimensão das relações privadas. Em qualquer de suas definiç õ es, porém, o "maquiavelismo" está associado à ideia de deslealdade.
Todavia, os novos estudos daquela obra apontam para uma tensão entre a coisa privada e o interesse público, relação essa que merece ser reavaliada, na medida em que a moral maquiavélica comporta uma gama farta de valores que compreendem a experiência humana em sociedade, desde a ligação entre Estado e Religião, até as relações econômicas.
Em termos de contexto histórico, o autor estava entusiasmado com a união de Juliano de Médici e do Papa Leão X, com a qual notou a probabilidade de um príncipe unir a Itália e protegê-la contra os estrangeiros. Assim, a ética de Maquiavel percebe o fato de que a experiência humana comporta um conflito de valores e portanto, sua ordem política admite uma parte aleatória e despótica de crueldade e violência, como efeitos colaterais ou como um mal n ecessário.
Sem espanto, a aspiração do povo deve adquirir uma determinada positividade para que não sejam subjugadas pela cobiça dos grandes. Isso torna o próprio povo o guardião da liberdade e demanda seu empenho ativo nos afazeres cívicos, ou seja, seu registro no espaço público enquanto agente político. Note que neste ponto de vista, aquela aspiração é imaginada negativamente, posto que seja aquilo que há de mais comum na heterogeneidade de interesses pessoais dos cidadãos, a saber, não ser subjugado por outrem. O ponto alto de sua filosofia se resume no postulado: “os fins justificam os meios”.






  • Fontes: FRANCISCO ASSIS MARTINS FERNANDES

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