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A importância do autoconhecimento: escutar a si mesmo buscando a verdadeira identidade.

É fundamental que toda pessoa entre em contato consigo mesmo. Ter
consciência de si mesmo. Quem não tem contato consigo mesmo passa a
ter pensamentos que o tira de si mesmo. Os pensamentos se tornam
independentes e passam a ocultar o verdadeiro eu. É um trabalho de
escutar a si mesmo. Esse escutar a si mesmo significa escutar seu
verdadeiro ser.
É um trabalho que exige que a pessoa ouça seus próprios sentimentos e
perceba toda a agitação em seu interior. Ter abertura para sentir e
perceber as suas necessidades mais profundas e íntimas.
Cada pessoa deve fazer um encontro profundo consigo mesmo. É uma
condição para a verdadeira realização humana numa sociedade que
coloca a realização no exterior e na vida puramente material.
Exige contato e escuta honesta da própria interioridade. Encontrar a si
mesmo de forma profunda não significa que alguém gire em torno do seu
próprio umbigo focando seus problemas, é a batalha de defrontar-se cm
sua verdadeira identidade que leva ao seu verdadeiro núcleo pessoal.
Existe uma pergunta que ajuda no processo de busca da verdadeira
identidade: Quem sou eu? Virá em nossa mente respostas e imagens que
nem sempre correspondem ao nosso verdadeiro eu. Deve ser buscado
para além de qualquer forma de sentimento ou pensamento. As
perguntas devem ser colocadas sempre de forma cada vez mais profundas
para termos uma ideia do próprio eu.
Mesmo para o encontro com Deus exige-se previamente que alguém
encontre a si mesmo. São Cipriano de Cartago (+ 258. D.C) dizia: “Como
podes pretender que Deus te escute, se tu não escutas a ti mesmo”.
É entrar em contado com nosso núcleo mais profundo que não foi
falseado no nosso cotidiano e nossas relações humanas. É um processo de
ir paulatinamente nos aproximando de nosso verdadeiro eu. Daquela
imagem que Deus formou em mim.

Cada pessoa deve conceder-se um tempo de escuta e amadurecimento
pessoal que permita uma autêntica comunicação consigo mesmo. Uma
falta de comunicação profunda leva a incomunicação e consequente
desgaste pessoal.
É um caminho de uma vida mais autêntica e como dizia o escritor e
filósofo Martin Buber ( 1878-1965): “Toda verdadeira vida é encontro”, a
começar com o encontro consigo mesmo numa sociedade fragmentária e
que fragmenta o ser humano distanciando-o de sua verdadeira
humanidade. O processo da busca do verdadeiro ser dura toda a vida.
16.08.2024 Prof. Dr. José Pereira da Silva






  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA