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É preciso olhar o novo que se faz presente a cada momento: reordenar o coração e reinventar a vida.

Faz parte do mistério de nossa vida que ela tenha início com o nascimento e chegue ao fim com a morte.
A vida humana não pode ser arbitrariamente acelerada nem definitivamente adiada. Cada momento que vivemos é novo. É uma estrutura básica da nossa existência, em que temos de nos inserir. Quem inicia, aumenta sua força. E, quem chega a um bom final, adquire igualmente firmeza interior.
É fundamental coragem e confiança. Torna-se consciente da importância da qualidade do tempo que vivemos. Temos que lidar com nosso cotidiano. As atividades podem permanecer puramente exteriores. Quando nos decidimos realiza-las atentamente, elas se tornam um hábito benéfico e expressam algo mais profundo.
Aí o cotidiano não é algo vazio, mas um lugar em que pratico e realizo meu amor. De repente, o vazio se transforma em plenitude, o banal se torna sagrado e a rotina é rompida para dar lugar às surpresas que irrompem no cotidiano.
A vida tem caminhos, veredas e atalhos. As pessoas rodeiam-se de conforto, de barulho e da televisão. televisão. De mil bugigangas supérfluas. Compram muito, forram sua geladeira e seu guarda-roupa para compensar o vazio interior. Fugir ao fechamento de perspectivas. É preciso olhar o novo que se faz presente a cada momento. Abrir horizontes e buscar vida plena. Levantar e andar sem medo. Ter novos olhos, ter discernimento.
Vivemos numa sociedade atenta as grandes coisas e míope para com as pequenas e essenciais coisas da vida. Falta admiração! É abrir-se ao mistério para que ele possa nos atingir e nos transformar. O novo também surge da capacidade de lidar com o desconhecido, traumas e angústias. Da capacidade de lidar com a própria experiência e com as incertezas advindas dela. É captar a singularidade do sujeito e o novo que surge daí. O novo como reinvenção individual.
Olhar uma rosa com admiração revela que não é simplesmente uma planta; nela captamos o mistério do amor, da beleza e da singeleza.
Precisamos educar o olhar! As cousas comuns, obvias adquirem significado novo e pleno quando ás vemos em uma nova luz. Cristo pedia : Olhai os lírios do campo, porém com novo olhar. Fugir da superficialidade do olhar desatento.
Descobrimos esse encanto nas coisas cotidianas do mundo. Recebemos todos os dias pequenos presentes de carinho, como milagres do cotidiano. Para muitos a felicidade é poder, carreira, dinheiro, status. Porém a verdadeira vida é ter felicidade plena de sentido.
Numa sociedade individualista e narcisista é muito comum o culto de si mesmo. Surgem as pseudocelebridades e a pseudofama. Cria-se uma mentalidade utilitarista e consumista. A vida passa a girar em torno de si mesmo e fechando-se em si mesmo.
Porém muita gente não percebe esses milagres do cotidiano. Ou quando percebem é tarde demais. Preciso educar o olhar e despertar a admiração.
Ter admiração é descobrir encanto das coisas em sua simplicidade; a redescoberta de uma dimensão essencial da realidade.
Tudo que fala do mistério de nossa vida, excede a utilidade e o propósito. O mundo visto pelos olhos da admiração nos fala do mistério de nossa vida.
Ver o mundo com outros olhos é reconhecer a essência das coisas. Infelizmente vivemos numa sociedade que em muitas situações perde a essência das coisas. É saber indagar o cotidiano. A realidade deve ser preenchida de significado e não esvaziada.
É vermos e fazermos numa nova perspectiva o que vivenciamos cotidianamente. É um encontro com nosso mistério mais profundo que quer nos encontrar e tocar em tudo que existe. Como dizia Chiara Lubich ( 1920-2008): “Cada momento é uma dádiva de amor”
Prof. Dr. José Pereira da Silva






























  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA